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MISSA DA UNIDADE COM A BENÇÃO DOS SANTOS ÓLEOS

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No dia 10 de abril, a Diocese de Livramento de Nossa Senhora viveu um momento de profunda alegria, comunhão e fé, ao celebrar a Missa da Unidade, marcada também pela bênção dos Santos Óleos, sinal visível da presença de Deus que unge, fortalece e acompanha o seu povo.

A celebração aconteceu na paroquia São Paulo Apostolo de Novo Horizonte- BA, e foi presidida por Dom Vicente, bispo diocesano. Estiveram presentes os padres da diocese, Dom Corrado, bispo emérito da diocese de Vittorio Veneto, na Itália, religiosos e religiosas, bem como representantes leigos e leigas das nossas comunidades paroquiais.

Durante a sua homilia, Dom Vicente destacou a beleza e a importância dos Sacramentos: o Batismo, a Crisma e a Unção dos Enfermos.

“Batismo: sacramento que nos torna radicalmente irmãos, pertencentes a escola mais linda de amor. O ingresso em uma comunidade que é chamada a visualizar o rosto, o jeito, o modo de viver do Cristo. É ele o sacramento que confere a nós todos a dignidade cristã. É inadmissível que um batizado seja preconceituoso, desumano, ganancioso, opressor, porque Jesus não é assim. Que dentro de nossa igreja haja clericalismo ou outras formas de busca do poder ou do sucesso. Não é o tamanho da mitra que o bispo usa, a renda da batina do padre, a túnica do acólito ou o terço que levamos no pescoço, que nos torna mais ou menos cristãos. Essas coisas são secundárias. Mas o Batismo nos insere no Corpo de Cristo que é amor encarnado, compaixão, acolhida, simplicidade.

Crisma: não é sem sentido que o mesmo óleo que é usado no Sacramento da Confirmação, seja também o que unge as mãos do presbítero e a cabeça do bispo em suas ordenações. Ou seja, é o sacramento da diversidade dos dons. De uma Igreja que é tanto mais viva, quanto mais assume sua pluralidade ministerial. Desperte esse óleo perfumado do Crisma, tão usado em nossa diocese, nas crismas de nossos jovens e adultos, o bom odor do Cristo. Cheiro que exala no corpo de cada família, comunidade, paróquia. Principalmente, fazendo despertar os dons que se encontram como sementes que esperam cultivo. Floresçam, de maneira urgente, a resistência capaz de defender nossas comunidades, os territórios onde elas estão plantadas, contra lobos ferozes que, de forma egoísta, destroem as pessoas e a terra, em nome do lucro.

Unção dos enfermos: uma igreja que não ampara seus doentes, não é Igreja de Jesus, pois Ele mesmo disse: “eu vim para os doentes”. Por acaso “a religião verdadeira não é aquela que cuida dos órfãos e das viúvas em suas necessidades” (Tg 1, 27). Nenhum compromisso ou distância pode nos separar de nossos irmãos mais fragilizados. Na hora de sua dor, de seu calvário, de seus lutos e lutas pela sobrevivência. Lembremos da passagem do bom Samaritano (Lc 10). Daquele que foi capaz de mudar sua agenda para socorrer um irmão ferido. Não entra no Reino dos Céus quem for insensível aos que sofrem, no corpo, na alma, pela lei natural ou pela injustiça social. E, mais ainda, o que esse óleo nos diz quando cresce a consciência de que não é possível querer um corpo saudável quando adoecemos nosso planeta? Como bispo, como padre, como ministro do Senhor, como posso ungir um enfermo em fase terminal e ficar indiferente ao fato de que foi o agrotóxico usado pelos “donos do mundo” que o adoeceu, que o matou?

Concluindo, Dom Vicente afirmou: “aproximemos de Jesus, queridos padres e Povo de Deus. Ele espera de nós uma unidade sacramental, que nos entrelaça em seu programa de vida. Não distanciemos o que celebramos do que temos para viver no real de cada dia”.

Foi, sem dúvida, uma celebração que renovou a fé e o compromisso missionário de todos, lembrando-nos que seguimos Aquele que é o Bom Pastor: Jesus Cristo, o que ama, cuida e dá a vida por suas ovelhas.