A caminhada pastoral da Igreja é uma experiência de comunhão e participação marcada por alegrias e esperanças, exigências e desafios. Olhar cuidadosamente para as pastorais e seus agentes, observando o sentido, o compromisso e os efeitos das ações em vista da evangelização é uma atitude que renova as motivações e fortalece o ânimo para novos passos e para ampliar a saída missionária. Nessa esperança, a Diocese de Livramento de Nossa Senhora, nos dias 17 e 18 de agosto de 2024, realizou o Conselho Pastoral Diocesano (CPD), no Centro Diocesano, na sede da Diocese.
O encontro contou com a participação de Dom Vicente Ferreira, bispo diocesano, dos presbíteros e diáconos, das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, dos seminaristas (etapa Propedêutico), dos fiéis leigos e leigas que compõem o Conselho Pastoral Paroquial das Paróquias e outras lideranças de grupos e movimentos presentes na Diocese.
O encontro, conduzido pelo Coordenador Diocesano de Pastoral, Padre Jucimar Pereira Lima, desenvolveu-se com momentos de formação, espiritualidade, partilhas e discussões, favorecendo a escuta, avaliando a realidade e encaminhando propostas e novas possiblidades de ação, reafirmando que a missão evangelizadora da Igreja é compromisso de todos, ministros ordenados e fiéis leigos,
Ao longo do encontro, algumas formações foram realizadas para direcionar as ações pastorais em toda a Diocese. O Diácono José Adriano apresentou o Jubileu 2025 – Peregrinos da Esperança – que será celebrado em toda a Igreja, segundo antiga tradição, em que o Papa proclama um jubileu a cada vinte e cinco anos. O diácono destacou as características históricas e a fundamentação bíblica do jubileu. O Jubileu 2025 enfatiza a virtude teologal da Esperança – “A esperança não decepciona” (Rm 5,5) – e desafia toa a Igreja na árdua e desafiadora tarefa de espalhar esperança nas comunidades, na sociedade e em toda a Casa comum. Algumas propostas foram lançadas, como recomendações para melhor vivenciar o jubileu, principalmente, em nível de Diocese. E no âmbito dos vicariato, os grupos de trabalho discutiram e apontaram sugestões de como celebrar o Jubileu 2025 nas respectivas realidades da Diocese.
Em seguida, Padre Rinaldo Silva Pereira, chanceler do bispado, conduziu uma reflexão sobre a visita pastoral do bispo às paróquias da Diocese que, conforme orientações canônicas, acontecem a cada cinco anos. O bispo, como pastor zeloso, vai ao encontro do rebanho para encontrar-se com suas ovelhas e conviver com as comunidades e realidades específicas de cada paróquia. Precedida de preparações remota e próxima, a duração da visita pastoral varia conforme a disponibilidade do bispo e as ações que pretende realizar.
Na visita o bispo cumpre os três Múnus: Ensinar, Santificar e Governar. O ensino se expressa no anúncio e pregação da Palavra de Deus, na formação catequética, no ambiente digital e demais ações missionárias. Nas celebrações dos sacramentos e sacramentais, bem como noutros atos do culto divino (romarias, celebrações penitenciais, devoção mariana e outras vivências da religiosidade popular) realiza-se o múnus de santificar. Por fim, durante a visita, uma verificação é necessária para conferir como cada paróquia está cumprindo as leis e aplicar os devidos remédios, caso perceba seu descumprimento.
Continuando os trabalhos, Padre Adriano Bonfim Pereira, assessor da Pastoral Bíblico-Catequética, numa exposição sobre o ministério do catequista, apresentou as características desse serviço. Não se trata de um serviço ocasional, mas uma necessidade constante e permanente da própria Igreja, que existe para evangelizar. Os catequistas são agentes especializados, testemunhas diretas, evangelizadores insubstituíveis que representam a força basilar das comunidades cristãs.
A última formação do CPD foi conduzida pelo Padre Marcos Bento e abordou o mês da Bíblia, a ser celebrado em setembro próximo. As atividades serão em torno do Livro do Profeta Ezequiel – “Porei em vós meu Espírito, e vivereis” (cf. Ez 37,14). Será uma oportunidade para incentivar comunidades e famílias no maior contato com os textos bíblicos, principalmente, através da Lectio Divina e dos círculos bíblicos.
“A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, como também o próprio corpo do Senhor, sobretudo na sagrada liturgia” (Dei Verbum, n.21). No entanto, como se observou nas inúmeras contribuições dos participantes, a realidade eclesial das comunidades, principalmente na Liturgia da Palavra, é marcada pela dificuldade de escuta dos textos proclamados. Nesse sentido, é importante preparar melhor aqueles que proclamam as leituras bíblicas nas celebrações, bem como realizar formações bíblicas para incentivar a leitura e meditação dos textos bíblicos. “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça” (2Tm 3,16). Para uma boa leitura da Bíblia, recomenda-se coração generoso, ouvido aberto, mente disposta e interesse para aprender.
No final do CPD, os assessores das pastorais, grupos e movimentos atuantes na Diocese expuseram a realidade, os trabalhos realizados e a programação das próximas atividades. Diante de tantas partilhas, diálogos e testemunhos, desafios e perspectivas confirmam que a caminhada pastoral vivida em espírito de comunhão e participação, fortalece a sinodalidade e enriquece a ação evangelizadora da Igreja.
Texto: PASCOM Diocesana